A RODA DA MESA - Ad Redil

Entrementes, pareceu comum e ainda hoje o é, que pactos, alianças e promessas sejam feitas em torno da mesa.
Parece ser codices ligados por fios do tempo, juntando cenas e cenários, personagens e autor.
Na última Páscoa de Jesus com seus discípulos, a mesa, ou quando levantou-se dela, e em apenas um ato cravou lições eternas.
Postos a mesa estavam homens comuns, gente do povo, mortais, assentados ao lado de Deus.
Ali demonstrou o serviço de um servo, a aula de um mestre, a harmonia no caos, a paz na turbulência, disciplina com amor, a tristeza de quem foi traído, o cântico nos lábios, rumo ao getsemani e a cruz.
Lá no Carvalho de Manre, 40 geracoes antes, o Senhor aparece a Abraão, este se apressa em preparar um “grande banquete”. Ali Deus lhe promete o herdeiro Isaque.
Na casa de Simao, o fariseu, convidado a jantar, Jesus aceitou. Uma mulher de má fama, soube e foi ve-lo. Derramou alabastro e lágrimas aos seus pés e enxugou-os com os cabelos.
Saiu dali perdoada.
Quanto amor, quanta comunhão, quanta misericórdia pode se achar a mesa!
Quanta indignidade, quanto mal, quantas maquinações e intrigas se costuram ali também.
Quantos planos malévolos, quantos ardilosos ardis!
Decida você quem se assentará a mesa contigo, e quais cenas vais protagonizar.

Itamar Valter